sábado, 30 de abril de 2011

Saravá a todos os irmãos leitores deste Blog!
Reproduzimos abaixo, um texto que, singelamente, homenageia a nossa Umbanda Sagrada!
Espero que gostem!
É de autoria de Fernando Sepe e compõe o material de apoio do curso virtual Teologia de Umbnada Sagrada, ministrado por Alexandre Cumino, através da plataforma UMBANDA EAD- www.ica.org.br.
Boa leitura!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

MÃES DIVINAS & SANTAS... Por André Cozta


Analisando o sincretismo religioso no Brasil (afinal, não podemos negar a influência e importância na formação religiosa do povo brasileiro do Cristianismo, do Culto aos Orixás e da Pajelança), percebi que esta discussão tomou como caminho, ao longo do tempo, uma via de mão única.

Fala-se sempre que os Sagrados Orixás, cultuados de norte a sul neste país continental, foram sincretizados pelos escravos com santos católicos a fim de preservar sua identidade cultural religiosa devido à repressão por parte dos senhores de engenho e da sociedade da época como um todo.

Algumas vezes, fui questionado por católicos sobre a variedade de Orixás cultuados na Umbanda e no Candomblé. Especialmente, no que se refere às inúmeras qualidades de um mesmo Orixá. Uso como exemplo o Sagrado Pai Xangô. Podemos citar Xangô Aganju, Xangô Airá, dentro do Candomblé ou Xangô 7 Pedreiras, Xangô das Almas, entre outros, dentro da Umbanda.

Como resposta a esta pergunta, sempre coloco a seguinte questão interrogativa: "- E como você explica a variedade de “Nossas Senhoras” cultuadas na Igreja Católica?”

Afinal, caro(a) leitor(a), todos sabemos que o Mestre Jesus, quando encarnado, teve apenas uma mãe, a Senhora Maria de Nazaré.

Então, se a Virgem Maria ou Nossa Senhora, possui tantas “qualidades” quanto, por exemplo, a Sagrada Mãe Yemanjá, a Sagrada Mãe Oxum ou a Sagrada Mãe Yansã, pergunto: onde iniciou-se o sincretismo? Terá sido pelos escravos em defesa da sobrevivência da sua religiosidade? Ou pela Igreja Católica, conhecedora dos mistérios divinos, das divindades/qualidades de Deus, neste caso, no seu lado feminino?

Sim, porque Olorun (Deus), nosso Pai Maior e Divino Criador, criou divindades (os Sagrados Orixás), como poderes divinos ou qualidades suas manifestadas nos 7 sentidos da vida: fé, amor, conhecimento, justiça, lei, evolução e geração.

E a partir deste exemplo de Nossa Senhora ou das “Nossas Senhoras”, podemos contrapor à teoria de que o sincretismo surgiu com os escravos em defesa da permanência da sua religião, a teoria de que, na verdade, foi iniciado pela Igreja Católica, “encapando” com suas imagens santas alguns dos Mistérios do nosso Divino Criador, conforme seu interesse.

Pegue uma caneta e um papel, anote e veja que para cada Mãe Divina (as Sagradas Orixás), há uma “qualidade” de outra Mãe Divina (Maria, a Mãe do Mestre Jesus Cristo) ou há alguma santa católica manifestando o sincretismo.

Para a Sagrada Mãe Yemanjá temos Nossa Senhora dos Navegantes, para a Sagrada Mãe Oxum temos Nossa Senhora da Conceição, para a Sagrada Mãe Yansã temos Santa Bárbara, para a Sagrada Mãe Nanã Buruquê temos Nossa Senhora de Sant’Ana, para a Sagrada Mãe Logunã temos Santa Clara..

Ainda temos Santa Sara, cultuada pelos adeptos da cultura cigana, que veio do oriente como a Divindade Hindú Kali, chegou à Europa como Santa Sara de Kali, passando logo em seguida a ser chamada somente de Santa Sara.

Neste caso específico, a encontramos na Umbanda como a Sagrada Mãe Orixá Egunitá, que faz par com o Sagrado Pai Xangô no Trono da Justiça, sendo representada, assim como ele, pelo elemento fogo.

Este fenômeno sincrético da Divindade Kali com Santa Sara, aprofundaremos em um texto futuro, que falará sobre divindades negras além do panteão africano.

Então, se as Divinas Mães Orixás são qualidades manifestadas do Divino Criador Olorun, é lógico pensar que suas existências são anteriores ao nosso planeta.

Após esta análise, concluo que esta via de mão única deve, ao menos, a partir de agora, tornar-se uma via de mão dupla. Para que surja uma discussão, que é sempre salutar e descontrói as “verdades absolutas”. Estas sim, instrumentos históricos do autoritarismo e do totalitarismo.

E fica, para a sua reflexão, amigo(a) leitor(a), a seguinte pergunta: de onde vem o sincretismo religioso no Brasil?


SARAVÁ!!!!

sábado, 16 de abril de 2011

Espero, através do texto abaixo, poder contribuir para o esclarecimento de muitas dúvidas que, infelizmente, ainda são recorrentes aos médiuns e praticantes da Umbanda.
Agradeço, primeiramente, ao Mestre Rubens Saraceni- seus livros têm sido fundamentais para a minha educação religiosa e para o esclarecimento e desmistificação e desmitificação de muitas coisas no que tange à nossa religião. Ao Mestre José de Brito Irmão- nossas conversas sempre são muito esclarecedoras e sinalizam-me para o caminho correto. Ao Mestre Alexandre Cumino- saiba que compartilhar sua sabedoria na Teologia de Umbanda Sagrada está sendo mais do que uma honra, um prazer, um fator esclarecedor e transmutador em minha vida.
Vamos ao texto:

ORIXÁS- OS TRONOS DIVINOS


Os Sagrados Orixás/ Tronos de Deus, são Poderes Divinos ou qualidades manifestadas de Olorun (Deus), assentados à sua volta no Orun (morada interior de Deus, onde ninguém em evolução penetra). As 7 qualidades de Deus, 7 Sentidos da Vida ou 7 Linhas de Umbanda, são:

1)
- Oxalá (Trono Masculino e Universal) e Logunã (Trono Feminino e Cósmico);
2) Amor- Oxumaré (Trono Masculino e Cósmico) e Oxum (Trono Feminino e Universal);
3) Conhecimento- Oxossi (Trono Masculino e Universal) e Obá (Trono Feminino e Cósmico);
4) Justiça- Xangô (Trono Masculino e Universal) e Egunitá (Trono Feminino e Cósmico);
5) Lei- Ogum (Trono Masculino e Universal) e Yansã (Trono Feminino e Cósmico);
6) Evolução- Obaluaê (Trono Masculino e Universal) e Nanã (Trono Feminino e Cósmico);
7) Geração- Omulu (Trono Masculino e Cósmico) e Yemanjá (Trono Feminino e Universal);

Os 7 Sentidos da Vida/7 Linhas de Umbanda/7 Pares de Tronos/7 Pares de Sagrados Orixás, correspondem, respectivamente, aos seguintes chacras e às seguintes energias/vibrações elementais:


1)
- Chacra Coronal/ Vibração Cristalina;
2) Amor- Chacra Cardíaco/ Vibração Mineral;
3) Conhecimento- Chacra Frontal/ Vibração Vegetal*;
4) Justiça- Chacra Umbilical/ Vibração Ígnea (Elemento Fogo);
5) Lei- Chacra Laríngeo/ Vibração Eólica (Elemento Ar);
6) Evolução- Chacra Esplênico/ Vibração Telúrica (Elemento Terra)**;
7) Geração e Criatividade- Chacra Básico/ Vibração Aquática (Elemento Água)***;

*
O Trono Masculino e Universal do Conhecimento/Sagrado Pai Oxossi tem como vibração a vegetal, porém, o Trono Feminino e Cósmico do Conhecimento/Sagrada Mãe Obá tem como vibração a telúrica (terra). Trazendo-os para a natureza, no elemento vegetal, ela seria representada pela raiz de uma árvore, por exemplo.

**
O Trono Masculino e Universal da Evolução/Sagrado Pai Obaluaê tem como vibração telúrico-aquática (terra-água), enquanto o Trono Feminino e Cósmico da Evolução/Sagrada Mãe Nanã tem como vibração aquático-telúrica (água-terra). Trocando em miúdos, ele é ativo na vibração telúrica e passivo na vibração aquática e ela é ativa na vibração aquática e passiva na vibração telúrica.

***
O Trono Masculino e Cósmico da Geração e Criatividade/Sagrado Pai Omulu tem como vibração a telúrica (terra), enquanto o Trono Feminino e Universal da Geração/Sagrada Mãe Yemanjá tem como vibração a aquática (água). Trazendo-os para a natureza, ela é representada pela água do mar e ele pela areia.

Os Sagrados Orixás Omulu e Obá são telúricos puros (terra pura), enquanto os Sagrados Orixás Obaluaê e Nanã são mistos terra-água e água-terra conforme descrito anteriormente.

Entende-se por Trono/Orixá Universal aquele que é Regente e atua de forma passiva e por Trono/Orixá Cósmico aquele que é Guardião e atua de forma ativa.
Ex: No Divino Trono da Justiça, o Sagrado Pai Xangô é o Trono Masculino e Universal, atua de forma passiva, como a chama abrasadora. A Sagrada Mãe Egunitá é Cósmica, atua de forma ativa, como o fogo consumidor.


O Senhor Orixá Exu/Trono da Vitalidade e a Senhora Orixá Pombagira/Trono dos Desejos, atuam externamente nos domínios de todos os tronos anteriormente descritos, amparando-os e guardando-os.

CORES DAS VELAS DOS SAGRADOS ORIXÁS:

1) Sagrado Pai Oxalá- Vela Branca
2) Sagrada Mãe Logunã- Vela Azul Noite
3) Sagrado Pai Oxumaré- Vela Azul Turquesa
4) Sagrada Mãe Oxum- Vela Rosa
5) Sagrado Pai Oxossi- Vela Verde
6) Sagrada Mãe Obá- Vela Magenta
7) Sagrado Pai Xangô- Vela Vermelha ou Marrom
8) Sagrada Mãe Egunitá- Vela Laranja
9) Sagrado Pai Ogum- Vela Azul Indigo
10) Sagrada Mãe Yansã- Vela Amarela
11) Sagrado Pai Obaluaê- Vela Violeta
12) Sagrada Mãe Nanã- Vela Lilás
13) Sagrado Pai Omulu- Vela Roxa
14) Sagrada Mãe Yemanjá- Vela Azul Clara
15) Sagrado Orixá Exu- Vela Preta
16) Sagrada Orixá Pombagira- Vela Vermelha
17) Ainda há o Orixá Exu Mirim, que é reverenciado com vela bicolor vermelha e preta.
Sabemos que algumas destas cores contrariam o que vem sendo ritualizado até então na Religião de Umbanda, porém, deixo aqui registrado que elas são baseadas nas cores das ondas vibratórias destas divindades espalhadas por toda a Criação Divina.
À quem quiser aprofundar-se na abertura destes mistérios divinos, recomendo as seguintes obras do Sr. Rubens Saraceni (todas publicadas pela Madras Editora): Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, Código de Umbanda, Gênese Divina de Umbanda Sagrada, Lendas da Criação- A Saga dos Orixás.

SARAVÁ!!!!